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domingo, março 28, 2004

GÊNERO

Tenho esse habito, já arraigado que foi desenvolvido fazem alguns anos, de fazer coisas sozinho. Não por falta de companhia, nem por egoísmo, mas simplesmente pelo fato de estar sozinho, quieto ou não, de poder falar com estranhos, de fazer as coisas sem muita lógica ou roteiro. Ontem fui pra balada solito. Divertido? Algumas coisas sim. Porque quando você sai sozinho, coisas acontecem com mais frequência, mesmo que você não esteja prá jogo... Por exemplo, fui abordado pela única heterossexual de um animado grupo de 10 lésbicas. Ela era simpática, mas loira (não gosto... especialmente das muito, muito brancas... Comemorem, porque estou deixando mais pra vocês, que estão com a preferência mundial.) Mas o assunto não é a loira, é a questão do gênero. Já me desculpo por classificar o grupo de lésbicas de "animado" porque isso não existe. Acho, porque no grupo sempre tem as que fazem o gênero "muitomacho" e que já te olham atravessado de primeira, coçam o "saco" e pigarreiam apagando o cigarro no chão. Me metem medo. Nada contra as lésbicas, tenho uma amiga lésbica divertidíssima que concordou com essas observações dia desses e ainda acresentou que esse esteriótipo é recorrente e muito, muito característico. Não existe a lésbica macho modelo Klark Gable, só existe esse modelo Charles Bronson, de cigarro na boca, um olho meio fechado, mão no bolso, escorada no bar encarando a mulherada com cara de priápico e pronta a dar um soco no primeiro cara que se achar mais homem que ela. Mas até aí tudo bem. Brinquei com a loira que a amiga dela estava com ciúmes de mim, expliquei que era um cara comprometido quando a conversa tomou rumos menos amenos e rimos um pouco antes de uma despedida cordial sem o fatídico numero do telefone. Achei melhor não mencionar que mesmo que eu estivesse no mercado, ela não fazia o meu tipo, mas achei melhor deixar a menina ir dormir feliz. Depois um babaca com um diskman nas orelhas vem me perguntar se eu moro por ali, que ele tinha arrumado duas meninas pra comer e me ofereceria uma caso eu tivesse um lugar para "a gente" levar elas. Um babaca homeless. Me desvencilhei e sai dali. Tem coisas que não vale a pena descrever em maiores detalhes. A seguinte cena se passa no segundo bar, na verdade um anexo do primeiro, que eu estranhamente ainda não conhecia. Depois de ver R., a criatura mais sem-nexo-noção que eu conheço na noite, saltitando desesperadamente ao som de uma música de comercial de vassoura fui parcialmente abordado por duas meninas. Na verdade dois meninos que piscavam os olhinhos pra mim e juntavam as mãozinhas com os bracinhos esticados ao longo do corpo. Cena que mulher nenhuma desde 1950 desempenharia, a menos que fosse lesa das idéias. Pressionei meus lábios um contra o outro e com um sorriso simpático fiz que não com a cabeça antes que eles viessem puxar papo... E daí comecei a matutar o porquê desse extremismo dos esteriótipos, dos modelos de conduta do outro gênero. Sinceramente, o nível etílico era demais e não consegui concluir nada. R. veio conversar comigo, se apresentou, (estava muito alterada...) e eu expliquei que a gente já tinha conversado um dia desses (na verdade pouco mais de duas semanas atrás). Ela não lembrava, mas me achou simpático, como da primeira vez. Acho que ela é louca... Mas pelo menos é consistente na sua loucura. Sabe aquelas pessoas que você não consegue imaginar à luz do sol? É ela. Conversamos com pudemos, não consegui entender se ela tinha cheirado ou se estava ligada de extasy, mas certamente não estava em estado fisiológico normal daí o papo sem nexo. Ela me disse que precisava dançar de novo e sumiu no meio da pista. Resolvi ir pra casa, sob os olhares ainda piscantes de um dos meninos. Tentei pensar mais um pouco sobre a minha tese dos esterótipos extremados mas estava cansado, só conseguia pensar na minha cama e sentir um pouco de saudades Dela, como sempre. Mais uma noite dormindo sozinho, seguida de uma manhã de ressaca leve. Preciso comer alguma coisa.

 

Esta sopa ficou pronta às 1:48 PM

 



SOPA






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