Minha sopa. Olá. Quem sou eu? Sou o cara da sopa. Já nem sei mais se sou um cara normal. Sou, com certeza, um cara comum, mais um. Acho que já não posso ser considerado muito novo, não cozinho mais na primeira fervura, mas também não sou muito velho ainda. Pelo menos pensar isso é agradável. As idéias, as de hoje pelo menos, ainda estão na cabeça. As de ontem não sei onde foram parar. Apesar de ser interessante acreditar que escrevo porque me dá prazer, já penso que escrevo quando me sinto sozinho. Apenas mais uma mídia. Estou em algum lugar, que não vem ao caso e neste momento posso estar, ou não, comendo sopa. Prove e me diga o que pensas. Mas vá com calma que a sopa pode estar quente, ou fria, ou não ser do seu agrado. Seja camarada. E lembre-se, é sopa, só sopa, nada mais. Não estrague o seu dia por causa da sopa.
"Remember to remember me Standing still in your past Floating fast like a hummingbird"
Wilco canta.
No shopping nao sabia qual dos kits de comida comprar pra esposinha (ou quase). Fiquei la, tentando adivinhar até que desisti. Na mesinha da frente umaa moça muito estilosa que eu já tinha visto descendo a Padre Chagas um pouco antes me pareceu conhecida.
Pensei.. pensei... enquanto tentava descobrir quantas calorias tinha o kit de comidinhas light da esposinha (ou quase).
A voz na minha cabeça me disse que era uma das meninas do megeras... Mas, na dúvida, preferi deixar a moça - que se era mesmo uma delas, era a Ro - comer seu estrogonoff ligh em paz. Por que se não fosse ela, além de eu ser o cara que esquece o que devia comprar no restaurante, ia ser o cara que aborda moças aalmoçando sozinhas e fala de blogs, internet, megerices, sopa... papos de tarado ou de doido pra quem nao entende o contexto. Podia ficar feio, e preferi ficar na minha.
Não sei se foi o jogo ou a final do BBB, mas eu só sei que a sala de aula estava quase vazia no fim da noite. Entretanto, os que sobraram pareciam interessados, e hoje, por e-mail, recebi elogios sobre a aula. Se foi puxação de saco ou não fica difícil de julgar, mas o efeito foi bom.
Tenho gasto horas preparando aulas. É um exercício interessante de criatividade e muito bom para organizar os arquivos internos. As coisas andam bem, aparentemente.
Hoje antes do almoço tive uma crise de mau-humor daquelas. Sem motivo aparente, mas agora pensando, vi que a correria e a atrapalhação me deixam atacado, nervoso. Depois passa. Mas na hora eu estava um mala!
Tempo pra ir na academia está difícil de arrumar. Tudo parece cronometrado, e as funções do casamento tomam muito tempo do casal de obscessivos aqui...
Entre mortos e feridos, amanhã termos kibe cru, assado, tabule e acompanhamentos para o jantar. Em boa companhia aliás. O objetivo é planejar a vingança, o troco (que feio hein? melhor chamar de fazer justiça, mas com as mãos da justiça mesmo, como manda o figurino). Quando terminar eu explico. Se é que se pode confiar na lei.
Tenho aula daqui ha uma hora. E hoje não tem BBB, nem jogo. Então a menos que a globo esteja com alguma programação muito boa, acho que terei um bom quórum na sala. Tadinhos... o assunto é tão sem graça, que até eu estou com pena deles... O palhaço aqui vai ter que funcionar para tornar as coisas interessantes. Invento cada exemplo que acordo até a múmia do Ulisses Guimarães com as risadas deles. Panis et circensis.
Esses dias inventei um estudo (pra dar algum exemplo de pesquisa) em que eles urinavam em garrafas plásticas e traziam para a universidade. E daí enfeitava com histórias da urina derramada no carro. Do bebum que tomou a urina do carinha que esqueceu a garrafa em cima do muro da casa da namorada, entre outras bobagens.
Tenho feito isso muito pouco. Mas aqui vai, mais um pedacinho.
Esta vida de professor é complicada. Parece que o tempo passa mais rápido e que sempre já estamos na aula seguinte, que deveria estar pronta, e que deveria ser melhor do que a anterior, e que prá um cara perfeccionista como eu, pode virar uma coisa complicada... me entendem?
Afinal de contas, e no fim das contas (será que isso quer dizer a mesma coisa?), o que mais preocupa os alunos, é o fato de que no final de tudo haverá uma prova, e que eles precisam atingir uma média e que é isso que funciona como fator motivador para eles, o que é um verdadeiro saco para quem tenta ensinar...
Não é um fator motivador, é uma barreira. Mas poucos deles entendem isso. Pensar fora da caixa é complicado prá quem só conhece a caixa.
Li o texto do Stephen Kanitz na Veja dessa semana e achei que fosse eu que tivesse escrito aquilo. Acho que vou levar uma cópia para os meus alunos hoje. Expressar minhas frustrações através das palavras de outros.
Tô nuns dias ruins. Lerdo. As coisas não fluem, eu não consigo pensar direito e tudo parece meio borrado. Acho que demora mais do que eu pensava pra me adaptar...
Minha vida com uma boa rotina, que era dinâmica dentro de seu esquema pré-determinado, me faz falta. Aqui cada dia tem uma função. Nada funciona, nada que se planeje dá certo e as pessoas são muito 'sem tempo'. Falta competência e caráter... E isso faz muita falta.
Espero que melhore. E na falta de melhora... podiam vir umas feriazinhas.
Preciso de um vidro para uma moldura. A Dona Lucy trabalha na vidraçaria. Atende o telefone gritando e me explica como chegar lá. Pegamos o carro e seguimos para o encontro. A Dona Lucy está nos seus 50 e poucos, talvez sessenta. Aproveitou bem a vida. Enquanto checa as medidas do vidro, conta que quando jovem, só "não pegava sapo porque não sabia se era macho"... nas palavras dela mesma. Dona Lucy grita ao telefone porque a serra da vidracaria está ligada, e o barulho é muito alto. Berra, mas pede desculpas ao interlocutor. Dona Lucy explica que trabalha na rua Biranugú, 98 e mas que não está querendo ofender ninguém...
Conta que sonhou com uma criança, pede desculpas pela descrição que vai fazer, e diz que a criança cheirava a cocô, estava toda "cagada e ranhenta, tinha merda até na cara"... Conta que jogou no bicho em função do sonho e ganhou. Dona Lucy flerta com Seu Oscar, que vem vender o jogo do bicho, e este diz, em meio aos cinco dentes que lhe sobraram, com toda a malícia que lhe resta, que ela "está velha, mas gostosa" e que ela não é "assanhada, é apenas faceira". Ela ri, arruma o decote da blusa para mostrar mais o corpo. Entre risos e flertes com o homem desdentado, de oitenta anos, com uma camisa de rayon cor de laranja, rouba o carbono do bloco de jogo do bicho do pobre.
Ele vai embora e ela conta sobre a vida da filha...
O senhor do jogo do bicho volta, pra pedir o carbono de volta, ela diz que não pegou, e eu aponto onde ela escondeu o carbono. Ela grita, devolve, todos riem, ela então me passa um cartão de visitas e me convida pra aparecer pra tomar um chimarrão. Entrega meu vidro e vamos embora.
Dez minutos em que achávamos que estávamos numa pegadinha. Protagonizada pela Dona Lucy e Seu Oscar.
Deletei meu perfil, achei que não era muito bom e resolvi não misturar as coisas já que quando se tem quase 100 alunos na tua cola, fica melhor manter um pouco da privacidade... privada. Domingo de sol, lindo, prometendo um calorão daqueles! Um passarinho bonitinho pousou aqui na minhaa sacada e fez um cocô no vidro... Já tomei meu chimarrão e agora vou no super! Bem coisa de gaúcho! Porto Alegre é demais. Até daqui há pouco. Ou daqui há 'pouquito', pra combinar com o Ramil que rola ali no som.
Tenho uma história pra contar, mas conto na volta. Inté.
Semana corrida, mas estou almoçando em casa! Coisa que não fazia há anos. Legal!!!
Foi tudo corrido, e as burocracias do emprego novo são muitas. Mas aos poucos me encaixo e apronto tudo. Hoje vou tirar as medidas pra fantasia de noivo. Engraçado isso...
Cheguei! De volta a Poa, vida nova/velha/nova. Casa nova. A mesma velha e boa cidade. Emprego novo. Correria velha. Quando tudo estiver mais ou menos organizado eu venho aqui. At'e!
