Minha sopa. Olá. Quem sou eu? Sou o cara da sopa. Já nem sei mais se sou um cara normal. Sou, com certeza, um cara comum, mais um. Acho que já não posso ser considerado muito novo, não cozinho mais na primeira fervura, mas também não sou muito velho ainda. Pelo menos pensar isso é agradável. As idéias, as de hoje pelo menos, ainda estão na cabeça. As de ontem não sei onde foram parar. Apesar de ser interessante acreditar que escrevo porque me dá prazer, já penso que escrevo quando me sinto sozinho. Apenas mais uma mídia. Estou em algum lugar, que não vem ao caso e neste momento posso estar, ou não, comendo sopa. Prove e me diga o que pensas. Mas vá com calma que a sopa pode estar quente, ou fria, ou não ser do seu agrado. Seja camarada. E lembre-se, é sopa, só sopa, nada mais. Não estrague o seu dia por causa da sopa.
A gente devia vir ao mundo com alguns acessórios de fábrica, uns pequenos gadgets tecnológicos que fariam nossa vida mais simples e evitariam muitas das atribulações a que somos submetidos. Por exemplo: um pequeno projetor que escrevesse no ar, acima das nossas cabeças a frase 'por favor, não perturbe' com letras coloridas brilhantes e giratórias, para poderem ser vistas por todos os lados. Dessa forma, quando estivermos ocupados, ou com o espírito 'por-favor-não-me-venha-com-xurumelas-que-eu-estou-sem-paciência' o projetor entraria automaticamente em funcionamento, movido à queima de de gordura corporal, trazendo inúmeros benefícios, espantando os chatos e com eles o fim das importunações oportunizando, de quebra, uma silhueta mais delgada ao fim de um dia ruim.
O segundo acessório de fábrica que deveria ser incorporado à raça humana é a 'voz megafônica'. Assim quando você tem que chamar os seus bacurizinhos que estão lá na pracinha ou correndo em direção ao mar com a ansia de quem vai atravessar o aguaredo a nado, bastaria abrir a boca e ao invés de um grito sairia uma voz megafônica plenamente audível num raio de dois quilômetros. No melhor estilo 'voz de aeroporto' você informaria aos seus rebentos, educadamente: 'Senhor carinha da sopa júnior, sua presença é solicitada, imediatamente, no guarda-sol da trópico número 368 à direita de quem sai do mar'.
A acessório 'voz megafônica' seria igualmente útil no trânsito, bastaria abrir a janela e usá-la para ofender a mãe e a tia do idiota que dormiu no cruzamento ou para amaldiçoar todos os motoristas de lotação e motoboys que cruzarem o seu caminho com uma praga antiga que faz caírem os cabelos e os pintos de todos os descendentes e ascendentes durante sete gerações.
Outro acessório prático seria o 'ânus auto-limpante'. Na verdade esse é meu sonho de consumo. Têm coisa mais chata do que limpar as partes depois de passar um fax? E pra quem tem filhos e estremece cada vez que ouve o 'mãe:tô pronto!' que significa nada mais nada menos do que 'acabei de borrar todo o banheiro e grande parte de mim mesmo e quero que você venha me limpar'. O lançamento desse acessório seria comemorado com grandes honras e com o fim da função acabou-o-papel-higiênico que pode ser agravada quando você está na casa do sogra, barreando o lavabo em dia de festa, ou o famigerado lixinho do banheiro com suas tampas penta-contaminadas, seguidos da não menos desagradável sequência borrança-mortal-requerendo-chuveiro que é sob todos os seus aspectos nada fina e nada prática. Aliás, falando nesse assunto, ontem fiquei imaginando que aquelas pessoas que quebram as clavículas e tem que ficar com os dois braços engessados em posição de garça do karatê-kid durante meses iam pagar o que pudessem pelos 'ânus auto-limpantes'. Sem falar nos pobres infelizes que precisam fazer o serviço literalmente 'sujo' nessas pobres criaturas convalescentes.
Na proxima versão eu quero vir mais completinho, com tudo isso aí.
Acabo de realizar a cerimônia inaugural de minha nova cafeteira. Ela passa uma caneca de café por vez (e como eu sou só um, isso é mais do que suficiente). Aqui na unidade tem uma cafeteira grande, e um clube do café, mas a coisa não funciona muito bem. Como bom viciado em café, me associei ao clube logo de cara, o que implica em comprar café e filtros e avisar aos demais associados quando você fez um café novo. Acontece que sempre, sempre sobra um litro de café porque nunca está todo mundo aqui e fica impossível calcular quanto de café se deve passar de cada vez. Além disso tem a questão do gosto: uns preferem forte, outros fraco. Além disso acho que a conceitualização do vício aqui tem várias arestas conflitantes, por sermos uma unidade de pesquisa em adições e saude mental... se bem que adição à cafeína ainda não é problema de saúde pública... (eu acho). Por essas e outras reuni todas as minhas capacidades egoísticas e comprei uma cafeteira só para mim. Acabo de passar meu primeiro café privativo (parada para um gole) em plena mesa do escritório e modéstia à parte, está uma delícia.
Vai um cafezinho aí?
#Uma reunião telefônica com 30 pessoas. Funciona. Incrível. Durou três horas, mas funcionou.
Entre mortos e feridos tivemos um dos melhores brainstorms do ano. Vários insights nas perspectivas de cada um dos provedores de serviços e a sempre válida visão dos que estão em desvantagem, que nos fazem querer melhorar. Lhes digo uma coisa: implementar mudanças em sistemas de saúde é um desafio muito grande, mesmo em países cheios do barão para investir na área. Me deu a legítma impressão de que o senso de acomodação é parte da natureza humana e que poucos querem ver além do seu quintal. Mas no final das contas foi muito bom para mim. Compensou pelo meu momento ostra paraplégica em coma de ontem (veja post abaixo).
#Tem coisas que não tem preço mesmo. Vivi um momento Caras neste final de semana: café da manhã ao ar livre ao som de violino, flauta e violoncelo, ao vivo. Garçon falando françêsl, crepes e champagne com suco de laranja. Coisa fina demais. Tenho uma séria propensão a gostar dessas frescuras. Acho que nasci pra ser rico. Um dia eu chego lá. Mas o momento mastercard foi no banheiro do lugar, que reproduzia a música tocada no jardim em pequenas caixinhas de som: Fazer o número dois ao som de música clássica ao vivo não tem preço. De repente se eu parar de fazer piada com o objeto do meu desejo eu chego lá (na riqueza) mais rápido...
#Tem coisas, nessa vida, que até Deus duvida. E tem mais; a maior verdade da humanidade é a seguinte: a gente morre e não vê tudo. Ou melhor: morre e não vê nem um doze avos do que têm pra ver. O pior é que eu não posso contar. Um dia, eu juro, escrevo um livro de memórias para ser publicado no meu post-mortem. Assim pelo menos não vou ficar com dor na consciência. E os processos vão todos pra editora. Porque rir eu já estou rindo agora, mas se eu pudesse escrever sobre isso. Ahhh.... ai sim que ia ser engraçado. Me dá prazer compartilhar meu sarcasmo com os outros, me dá arrepios de prazer. Afinal, não existe palhaço sem platéia.
Odeio espanhol. A língua. Não tenho muita simpatia por argentinos, mas isso foi incutido culturalmente. E basta ser gaúcho para entender como. O porquê já fica prá apreciações mais paranormais. La mala lengua se queda desagradabilissima aos meus ouvidos. O tal de B e V 'corto' me dá engulhos e o fato de que eles - os hispano hablantes - não compreendem uma palavra do nosso português me irrita 'profondamiente'. Quando a gente tenta agradar um um portunhol de buteco eles entendem, apesar de rirem das 'palabras inbentadas por nosotros'. Ah, perái! Pelo menos a gente tenta porra!
O que me atrapalha são aqueles semestres de italiano que me fazem 'dire que il centro é piu lontano' quando queria dizer algo parecido com 'el cientro se queda distante de acá' Aca... caca! Caracas!
Me restou, só de birra do destino, cantar as pedras de um jogo de bingo pra meia centena de velhos hispano-hablantes ontem. Minhas contagem numa mistura de italiano com português ficaram longe, 'muy lejos', de qualquer aproximação com um espanhol. Me senti um poaraguaio legítimo, foi de última. E achar palavras para localizar a velharada no acrônimo de BINGO que encabeça as colunas de números foi tragicômico. B de 'vola', I de 'iglesias', N de 'novia'. G (lê-se HE) de 'gato' e O de 'Ofelia' causaram gargalhadas na platéia.
Espanhol...arghh!!!
Preciso voltar a fazer aula de línguas. Vou procurar essa semana um curso de francês, já que espanhol, sei que não vou estudar nunca. Prefiro seguir na vida com esse portunhol de buteco da zona de Urugaiana. E que se dêem por satisfeitos. Todos eles. 'Nosotros nos quedamos muy felices asi'.
E era isso.
Terça-feira pós feriadão. Mais cansado do que sei lá o que. Vindo de uma reunião onde me senti - literalmente - como uma ostra paralítica em coma profundo. Só penso em ir prá casa dormir. E nada mais. O pior é que preciso lavar roupa hoje sem falta. A parte boa é saber que o feriado foi ótimo e teve até blog-encontro. Divertido!
No mais, só cansaço mortal. Nem escrever eu consigo. E tenho trabalho pela frente... infelizmente. Amanhã eu volto ao normal. Só preciso de umas horas de sono.
Ok, eu sei, foi um evento totalmente chabi..., mas acabou de me fazer dar um sorriso, com meu lado sensível.
Está se armando uma chuva por aqui e acaba de bater uma rajada de vento reativamente forte. Minha janela fica no terceiro andar e no jardim abaixo tem uma cerejeira em flor (carregada de pequeninas flores cor-de-rosa). Eis que o vento esta fazendo subir, bem em frente à minha janela, um redemoinho de milhares de flores cor-de-rosa, muitas delas, vindo lá de baixo em espiral e subindo, subindo...
Cadeira de escritório reclinável, com espaldar alto e assento de couro: cortesia da empresa.
Janela panorâmica virada para o oeste: resultado de um ano de clausura num escritório sem janelas em que a corrente de orações por um raio de sol foi produtiva.
Colocar o trabalho todo em dia antes do feriado, o que te faz olhar para a janela e pensar na vida: cortesia do chefe "gente-boa".
Ficar olhando pro nada e ver um redemoinhos de flores de cerejeira subindo aos céus enquanto você pensa que pelo menos alguns membros da corja de ladrões de brasília foram pra xilindró: não tem preço!
Eu sei, nao tem nada a ver com nada, mas pelo menos eu sou honesto!!!
Falando em honesto: Será que a Xuxa e a Elba Ramalho acreditam também em lobista honesto?
Gostei dessa. No melhor estilo 'é velha mas é boa'.
As notícias sobre a fraude no ministério da saúde me deram vontade de vomitar. Tenho cada dia mais nojo de político, asco de lobista e raiva por ser roubado por gente ignorante e inescrupulosa. Roubar dinheiro da saúde num país sem grana pra vacinar as crianças...!?
Argh!
Dia feliz, dia zen. O cara aqui tá de bem com a vida, em paz. O cara aqui já aprendeu muito com a distância. O cara aqui aprendeu com um bocadinho de sofrimento. Agora de longe, dá pra chamar de bocadinho, sem remorso. O cara aqui, agradece a oportunidade. Do fundo da alma. E do coração.
Esses era os dizeres abaixo da sutil estampa numa calça de pijama. Não deixei ela comprar... (ou seja, fiz cara de ofendido...)
Que tipo de mulher com síndrome de Malcom* cria uma estampa dessas hein?
Ou: O SOPA (de mim) publicando coisas dos outros.
Com as devidas autorizações, obviamente.
Devido a insistentes pedidos dos amigos blogueiros, vou explicar tintin por tintin como se seca roupas no microondas.
A menos que você seja como a menina de Big Brother, que não lava as calcinhas, eventualmente você vai precisar de uma roupa seca em 15 minutos, coisa que nenhuma secadora, nem as da Brastemp fazem. Então aqui vai a aula de secagem a jato de roupas:
1. Lave a roupa direito, o microondas não vai perfumar suas cuecas per se, precisa lavar bem, enxaguar bem, enfim, fazer como você costuma fazer antes de enfiar a bichinha no forno.
2. Seleção das peças que se prestam ao processo: Qualquer roupa feita de tecido, algodão, seda, linho pode ser seca no microondas. Mas atenção: Nylon não é tecido, já testei, derrete. Plástico também não é tecido, derrete. Tem jeans feitos com fibra de plástico. Atenção, olhe a etiqueta. Também esqueça aquela calça de plástico imitando couro, aquela saia de plástico imitando couro, aquela jaqueta de plástico imitando você sabe o que... Aliás, faça o contrário, junte todas essas peças e coloque no microondas juntas, livre o mundo e o seu guarda roupas dessas pérolas do mau gosto. Se você não pode comprar uma calça de couro, não compre, mas também não compre uma de plástico. Plástico não parece couro, não vem da vaca, não parece couro, não tem cheiro de couro, não parece couro, enfim, não é couro. E se você caiu na conversa do vendedor e comprou alguma coisa achando que era couro (hehehe pagou os olhos da cara...), e ainda não descobriu que não é couro pelo cheiro de chulé que sai da peça quando você tira depois da festa, vai descobrir a verdade quando colocar a peça no microondas, daí você pega a vasilha que agora vai estar colada na roupa que derreteu e que, graças a esse fenômeno, agora você sabe que não é couro e leva de volta para a loja. Explica para o vendedor que você colocou na "secadora" e derreteu...se ele perguntar da vasilha, diga que estava no bolso...
3. Ainda da seleção das peças que se prestam ao processo: Acessórios metálicos, fechos, botões, zípers, ilhoses, pins, ou seja, ferro, alumínio, latão, seja qual for o metal que tiver na sua roupa, não podem ir ao microondas, a menos que você esteja planejando um espetáculo pirotécnico. Daí sugiro colocar uma música clássica, chamar a vizinhança prá cozinha e começar o show teclando 20 minutos, potência alta e power.
4. O que você vai precisar: Além da roupa molhada e do microondas, uma vasilha grande de boca larga. Suficiente pra caber a roupa dentro, não precisa ficar folgado, pode socar bem, o processo funciona segundo a teoria do microondas, de dentro pra fora... entendeu?
5. Você também vai precisar: de dois paus de cabide ou duas luvas de forno para pegar a roupa tinindo de quente de dentro do forno e estender ou pendurar numa cadeira. Porque se você ainda não entendeu a física do processo eu vou explicar. A roupa está molhada (tem água no tecido) as microondas do microondas agem sobre as moléculas de água fazendo-as vibrar, gerando calor. Água quente evapora, água muito quente evapora muito mais (hahaha). Você coloca a roupa no microondas, aquece por 5 minutos na potência máxima (o tempo depende do quão efetiva foi a sua torcida pós enxague). Quanto mais molhada, mais tempo de microondas. Quando o microondas apitar, pegue a roupa correndo com os paus de cabide ou com as luvas de forno e estenda sobre a cama ou pendure numa cadeira. Se você for estender na cama, e não tiver uma cama e um microondas na mesma peça, como eu, libere a rota até a dita cuja e saia de sirene aberta pra não queimar ninguém no caminho. Também evite deixar filmadoras ou câmeras fotográficas à vista porque se alguém filmar ou fotografar você correndo pela casa, gritando e segurando uma camisa azul clara fervendo com dois paus de cabide isso vai parar nas vídeo-cacetadas com certeza! Detalhe, corra e estique a peça com o auxílio dos paus ou das luvas de forno o mais rápido possível. A roupa que secar entrouxada na vasilha vai ficar híper-amassada...
6. Aguarde a peça esfriar. É rápido, eu juro, e se ainda estiver úmida, repita o processo. Depois é só passar, ou não e usar. Fácil, prático, barato e criativo.
Notas: o Espertalhão não se responsabiliza por peças danificadas pelo descumprimento das normas acima. Moedas e chaves esquecidas nos bolsos também proporcionam shows pirotécnicos (não esqueça do som e dos vizinhos). Roupas de plástico são mais comuns do que você pensa. Leia as etiquetas com atenção. De qualquer modo, divirta-se! Postado 10:59 PM, do dia 2 de abril de 2003, por o espertalhão, lá naquele blog que o desgramido abandonou à própria sorte.
Se conheceram há anos. Sabem cada pedacinho do outro de cor. Conhecem o cheiro, sabem que gosto tem, que gostos tem, que sons aprazem, que sabores satisfazem. Sabem como chamar de manhã cedo, mesmo que seja muito cedo, o tom de voz exato. Como dizer que 'não' sem magoar, como convencer o outro da mais estranha das teorias sem muitos rodeios. Sabem fazer rir como ninguém. A dose ideal de humor, o timing perfeito. Conhecem os barulhos, interpretam suspiros com exatidão e mais que isso tudo, sabem entender a língua do silêncio, os olhares e os significados por trás das ações um do outro como ninguém mais. Ninguém mais, nem nunca. Se conhecem há anos e se conhecem muito bem. Se conhecem como poucos um dia chegarão a conhecê-los. Isso é fato.
Mas o que explica então as estranhezas? Duram pouco, duram minutos, mas existem, estão ali, concretas como nada mais. Eles se vêem depois de meses vividos longe um do outro, a uma distância desumana. Meses de conversas pelo telefone, de e-mails diários e de muitas, muitas saudades. Se vêem e percebem, antes de qualquer coisa, aquela sensação perturbadora, levemente desagradável e muito, muito familiar depois de um ano e meio de idas e vindas: a estranheza.
Uma estranheza passageira, travestida de uma inseguraça sabidamente idiota e infudamentada mas mesmo assim perturbadora. A lógica perde o sentido, afinal eles estão ali porque se amam, porque querem se ver, porque apesar de estarem cheios de amor próprio e felizes, falta sempre aquele pedaço, aquela pessoa com quem compartilhar as coisinhas do dia-a-dia, aquele abraço apertado, aquele colo aconchegante e mesmo o silêncio que basta por si só. É ilógico, já disse, mas é concreto. Está ali, entre os dois: a estranheza.
Como um fantasma ela toca ambos e materializa a ansiedade e aquele nó na garganta em si própria. Mas do mesmo modo como ela chega, sorrateira e veloz, ela é aplacada ao mais breve toque dos corpos. O encontro real daqueles que se amam e devem permanecer juntos enquanto o amor durar, enquanto a mágica existir e enquanto a estranheza, que afinal não é de todo ruim, fizer voar borboletas no estômago de cada um dos dois.
Não adianta, não adianta... De manhã eu sou uma ameba cega, paralítica, com uma doença degenerativa em estágio avançadíssimo e problemas cognitivos graves que fazem parecer que eu estou sob o efeito de psicotrópicos da pior espécie. Eu não sirvo pra trabalhar de manhã. Não adianta, já disse.
A energia que me resta eu despendo sorrindo (porque eu sou um cara simpático e não faço cara feia pros outros só porque eu queria estar dormindo) e tentando organizar as coisas pra trabalhar à tarde. Quer me ver nervoso é eu chegar no trabalho e alguém querer alguma resposta coerente de mim antes das 12:00. Fico em pânico. Me sinto um retardado.
Em compensação, posso trabalhar até as 4 da madrugada no melhor dos ritmos. Agora de manhã... não adianta. Não sou feito desse material que reage à alvoradas.
Esse hábito de não se usar sapatos dentro de casa, por essas bandas, é o fim da picada em certas ocasiões. Muito higiênico, concordo, na maioria das vezes. Mas numa festa, você chega, e é recebido por uma sapataria no hall de entrada, daí, sob praticamente uma coação calçadista, você tira o sapato, e apresenta ao povo seu belo par de meias azuis com dedos e calcanhar cor-de-laranja. Escolhidas a dedo (ui) para a ocasião. Daí passeia pela festa e vê aquelas moças, rebaixadas, porque mulher bem vestida e sem salto - nem sapato nenhum - fica praticamente como um carro sem molas, meio arreado prá trás, quase caindo de costas. Sem falar que o acabamento de uma meia calça ali na região dos pés é obra do demo... Transforma os pezinhos em pequenos meliantes, assaltantes de banco encapusados. Um horror.Em seguida chega ele: o fulano que ignora a sapataria e seus brados de 'tira, tira!!!' e segue seu rumo, adentrando o recinto calçado. A visão derradeira do fulano que não tirou os sapatos te faz pensar porque foi que você tirou os seus, porque ele não tirou os dele e o quão contaminado acaba de ficar o chão que você achava higiênico a menos de cinco minutos. Você se transforma num revoltado e começa a comentar com os outros participantes: "viu o fulano ali, de sapatos... que falta de bom senso..." seu amigo concorda e olha para as suas meias, e os dedos cor-de-laranja, pergunta onde você comprou, mudando de assunto... você responde no mesmo momento em que se dá conta do quão bizarra para uma ocasião social aquela conversa é. E pensa que no Brasil, isso nunca seria assunto de festa. Pelo menos não antes das quatro da manhã. Olha para os seus dedos cor-de-laranja que se movimentam alegremente dentro da meia. Sorri feliz, bebe mais um copo de margarita e esquece do maldito transgressor. Até o momento em que ele pisa no seu dedo mindinho...
khat a 300 dólares o quilo. chega sexta de manhã, fresquinha, na folha de bananeira.
vê se pode... o tipo de informação que passam para a minha pessoa.
esse emprego nas mãos de certos amigos meus, ia dar cada confusão!
Ontem terminou última temporada de Friend's. Final feliz, com direito a volta triunfal do pato e do frango. O resto vocês assitem quando passar por aí. Ou leêm na net, porque tem um monte de gente contando. Fiz transmissão via web do Late Show com Jay Leno, que foi especial com o elenco do seriado show de bola. Se a NBC descobre...!
Hoje termino a leitura do maravilhoso Casa das Sete Mulheres. É, sem nenhuma sombra de dúvida, um dos melhores livros que eu já li. Diria TOP 3. Ontem mandei um e-mail para a Letícia Wierzchowski, autora do Casa, agradecendo pelo trabalho. Nunca tinha feito isso, mas estava/estou tão fascinado com o trabalho dela (quem não leu, precisa ler!) que achei que seria uma boa forma de agradecer. Ela foi muito simpática na resposta e disse uma coisa muito certa e que me encoraja a continuar a prática de dar um feedback positivo aos escritores de livros que me tocam:
Recadinhos para mim mesmo (isso até parece um colunista da zero hora que coloca a propria 'agenda' no jornal, com coisas do tipo 'abraçar fulana de almeida pinto prado e souza, que faz anos', 'mandar flores para ciclaninha de albuquerque rezende, que inaugura nova loja', 'lavar o capacho de beltrana da costa leite e silva, que vai servir ostras com champagne em conquetel só para poucos e bons, sábado à noite e ainda não me convidou'...)
Buenas, vamos aos recados meus:
- lembrar que sem carro, num dia em que se está com um desarranjo intestinal terrível, não se vai à uma loja - mesmo que seja a ikea - que fica a duzentos quilômetros de casa, comprar um par de prateleiras de dois metros de comprimento.
fazer força carregando tralhas no metrô nessas condições pode ser desatroso. isso é um recado para a vida. é favor não esquecer.
- aproveitar que os dias estão mais quentes, enfim, e acordar mais cedo pra ir correr na beira do lago. fazer pelo menos uma atividade de gente fina, elegante e sincera já no início do dia deve dar uma boa impressão à alma. e enxuga uns quilos, e dá mais disposição e evita que se tenha que correr na hora do rush numa esteira de academia olhando para o treino da equipe de salto com vara... acabar o dia olhando vara é dose.
- pensar que se não deu pra correr de manhã - porque não acordou, não tava a fim ou não foi mesmo porque não costumas ser muito ativo pela manhã - corre-se de tarde, depois da academia, na beira do lago. terminar o dia fazendo uma atividade de gente fina, elegante e sincera deve dar uma boa impressão ao que sobrou da alma, depois de um dia de trabalho. e evita as varas, aquelas.
- lembrar que aquelas duas horas assistindo um coitado falar sobre aquele trabalho mais do que bobalhão que colocaram na minha mesa com um convite não recusável - dizia: 'favor comparecer para dar uma mão ao menino, assinado, seu chefe' - vão servir como uma luva para eu exercitar meus novos exercícios de controle de raiva específica e respiração purificadora, além de permitir que eu aprimore minha nova técnica de contenção de ímpetos assassinos agudos e minhas tendências ao esquartejamento mental de antas acerebradas.
- não esquecer, nos momentos críticos, que depois de quinta vem sexta e que daí a uma semana não serei mais este homem solitário dos últimos 4 meses, celibatário por 4 meses, sexualmente carente por 4 meses, escabeladamente irritadiço por 4 meses e mentalmente perturbado por imagens impuras durante as 24 horas do dia dos últimos 4 meses. enfim!
1.o arquivo que cresce você escreve um relatório que ocupa 200Kb, coisa pouca. manda imprimir, ele usa 6 Mb da impressora e nao imprime nem depois de 20 minutos. voce fecha o arquivo, cancela a impressao, quando reabre ele ocupa 8 Mb. manda imprimir, ele usa 15 Mb da impressora, não imprime de novo. fecha. abre. ele agora tem 27Mb. tas doido? isso parece assombracao...
2.doidos no orkut sim, porque eu nao podia deixar de falar disso... tem um bando de doido que se oferece pra ser teu amigo sem nunca ter te visto. ja descobri que se voce negar o convite nao fica chato não, seu nome apenas desaparece da lista do fulano sem nem uma palavra. entao ja sabe... pode dizer não numa boa.
3.a praga da dosa com todo o respeito devido e merecido. a pequena praga que me perseguiu durante anos volta a atacar no orkut. eu sempre fui um imã pra empregada doméstica, caixa de super-mercado e de vendinha de esquina e pra balconista de padaria. sem falar em camelô e cobradora de ônibus. deve ser alguma macumba que fizeram pra mim... mas até que fazia um bom tempo que elas não se engraçavam pros meus lados. agora, via orkut, to voltando à ativa. o que tem de vileira e oferencendo pra ser 'amiga' da minha pessoa 'real' não tá no gibi... eu em geral recuso convite de estranhos, mas eu dou uma espiadinha nas fotos, pra ver se eu não conheco mesmo, antes de enfiar um polegar prá baixo no vivente. tem cada churrasquinho no puxadinho que me aparece... as tigras abraçadas num pagodeiro suarento, bebendo cerveja no bico da garrafa e sambando de biquini no lado do tanque. eu sou bem eclético e não tenho muita frescura, mas de onde tiraram que eu me enquandro nesses locais? além do que, tá escrito ali no meu perfil, que sou um cara comprometido, apaixonado e tal e coisa. é a praga das dosas voltando.
tô vendo meu próximo sonho: eu, sendo perseguido por um arrastão composto pelo elenco feminino do cidade de deus seguidas pelas figurantes dos núcleos pobres de todas as novelas que a globo já passou, lideradas pela Cida do BBB...
Sonhei que me conectava no Orkut e uma tela azul do windows me avisava: "Sua rede de amigos cresceu demais. Lamentamos informar que sua conta será desativada porque você ultrapassou a capacidade do nosso sistema de armazenamento. Essa medida é definitiva e irreversível, apagar seus amigos não vai alterar nossa decisão."
Com lágrimas no rosto eu tentava argumentar com o computador: "Mas tem gente que tem 300 amigos, eu não tenho nem 20 ainda! Com!!? Como!!!?? Como isso foi acontecer!!???
Acordei à beira do desespero.
Em seguida me desesperei com meu subconsciente, depois de acordado. Eu não esperava isso de mim mesmo...
Só podia ser isso, só se fala nisso, só se gasta o tempo nisso. O Orkut... As comunidades são casos à parte: quem come quem, quem queima a rosca, quem isso, quem aquilo... e o óbvio, os deboches das fotos uns dos outros... virou chacrinha rapidíssimo. Hoje quase comentei numa dessas comunidades maldosas mas resolvi não alimentar os monstrinhos. Deixa assim. O engraçado é que a puxa-saquice já começou, basta ver o numero de estrelinhas que os eternos babacas da blogosfera têm. Mas, é assim mesmo. O negócio é que o trequinho vicia mesmo... Eu já tenho duas contas, só pra vocês terem uma idéia... Uma daqui e uma da vida real, só pra não misturar as coisas de novo. Acho que aos poucos vai ficar interessante. Mas já tem hacker agindo. Vamos ver até onde isso tudo vai. Bom domingo prá vocês. Aqui chove muito.
