sopademim


tens algo a dizer?

quinta-feira, outubro 21, 2004

TERRA BRASILIS

Com os pés no chão, a alma alegre e um gostinho do delicioso café brasileiro na boca, aqui estou. Acabo de voltar de um longo e delicioso almoço. As pessoas são muito, muito, muito mais do que a rede mostra. E o contato ao vivo é muito mais divertido. Adoro a rede, mas tem coisas que não passam pelo fio. Foram ótimas horas de conversas, com direito a mico e tudo. (É claro, que o mico foi meu... depois que eu me recuperar, e me desculpar bem desculpado eu conto.)

O tempo esta friozinho e cinzento em São Paulo. Meu computador está louco, não quis se conectar. Estou invadindo a propriedade alheia aqui.

Pensamento 'tecnológico' do dia: Wi-fi é tão bom... quando funciona.
Pensamento 'com os meus botões' do dia: Cadê minha ritalina?
Pensamento 'pensamento' do dia: Conecte-se, mas de verdade.

 

Esta sopa ficou pronta às 5:07 PM

 

terça-feira, outubro 19, 2004

BINGO!

Quando vou almoçar ali na Chinatown me sinto como se eu estivesse numa grande casa de bingo em que o prêmio por escolher o número certo pode ser um bom almoço, ou não...

Entender o cardápio é mais ou menos como compreender a origem do universo ou os motivos para a existência humana. Para os que tem resposta para estas perguntas, incluo uma metáfora alternativa: seria como tentar entender como foi que o americanos elegeram o Bush.

(Aliás presenciei uma velhinha inglesa imitando o cowboy ao vivo. Foi engraçadíssimo)

Voltando ao almoço.
Pra começar, a gente escolhe o prato que vai comer, pelo número. Como no McDonalds, mas sem figuras. As traduções para inglês dos grafismos chineses, thailandeses ou vietnamitas são tão boas quanto os pratos não-premiados (metáfora do bingo... lembra?). Parece que as 10 páginas de cardápio poderiam ser resumidas em cinco ou seis palavras dispostas em forma de análise combinatória: carne (assim genérico mesmo, porque não dá pra identificar o que é frango, porco, gado ou peixe), massa, arroz e vegetais (muito broto aí minha gente, broto de qualquer coisa que pertencer ao reino vegetal... e puder ser colhida antes de criar talinho.).

E é isso. Voce escolhe uma das combinações de ingredientes e torce os dedinhos. O que quer que seja, virá pra mesa sem tempero. E daí começa a segunda parte do bingo. É como aqueles concursos em que não basta ser sorteado, tem que fazer uma continha pra provar que não é leso das idéias.

Eu explico: a mesa comporta uma travessa com cerca de 372 temperos, na forma de molhos não identificáveis, todos, sem excessão, entre tons muito próximos de marrom avermelhado, mas com sabores completamente diferentes, entre a calda de ameixa que faz revirar os olhos e a pimenta assassina que te mata hoje, te ressucita daqui há pouco e te tortura, mais tarde, no banheiro de casa (pardon madams...). Por exemplo hoje, eu coloquei um molho no arroz que se revelou à base de vinagre! Ficou uma delícia, como vocês podem imaginar...

Porque eu volto lá? Porque eu sou teimos, e tem mais de cincoenta restaurantes ali, eu estou tentando achar um que se salve...

Nesse dia eu levanto e grito: BINGO!

 

Esta sopa ficou pronta às 2:19 PM

 

segunda-feira, outubro 18, 2004

REPORT

Deveria estar na cama, mas não estou.
Acabo de abrir e ouvir pela primeira vez dois cd's que eu ganhei no natal passado... que feio isso não?
Arrumei o quarto, a casa, lavei roupa, sequei, olhei filmes ('13 going on 30' e para equilibrar 'people I know').
Arrumei o armário. Preparei um prévia da mala. Li dois capítulos de um livro. Li os comentários do blog (Obrigado pelas palavras de todos.).
Sono.

Semana curta, cheia de coisas pra fazer. Parece finalmente o marco de uma vida nova. Não sei porque mas é assim que me sinto. Como que de volta aos trilhos, ou algo parecido. A trilha sonora dessa fase, certamente, é crabbuckit, do k-os. ouve lá e me entende.
Depois coloco a letra ali do lado, mas estou falando mais da música do que da letra. whatever. entra no site e clica no olho pra assitir o video-clip. aproveita e conhece um pouco de toronto. (repara na nelly furtado tocando violão com ele na calçada.)

conversei muito, com muita gente. ouvi gente conversando. vi coisas. pensei. pensar demais nem sempre é bom. 'keep your naivness' disse al pacino numa das cenas do estranho 'people I know'. ele pode estar certo.

buenas. semana de ir ao brasil. bom isso. estou indo sem poder estar indo. mil coisas no trabalho. mas se tem uma coisa que essa doença me ensinou, foi a priorizar. e agora, ir é mais importante. e vai me fazer feliz.

boa semana.

ah: o google desktop search é uma beleza!

 

Esta sopa ficou pronta às 12:17 AM

 

sexta-feira, outubro 08, 2004

THE END

Acabo de voltar da minha última sessão de radioterapia. A felicidade por ter terminado isso é indescritível. Eu sei, eu sei... não terminou, ainda tenho 5 anos de controle pela frente, mas pelo menos o tratamento em si chegou ao fim.

Mais ou menos como um presente pra mim mesmo, vou viajar no feriado e agradecer a colheita (Thanksgiving) na beira da praia. Vai estar frio, mas ver o mar depois dessa guerra toda vai ser bom. Vou pra Halifax com dois amigos, e passear um pouco pela Nova Scotia, a província mais atlântica aqui do Canadá. Saio daqui hoje, e volto sexta que vem. Isso porque vou pra uma conferência em Montreal direto depois do feriado, na terça.

Com um enjoô chato, mas com um sorriso no rosto deixo aqui um até logo. Se der escrevo de Montreal, se não der, mando notícias no final da semana que vem.

Abraço.

 

Esta sopa ficou pronta às 10:34 AM

 

quinta-feira, outubro 07, 2004

DIÁRIOS DE CHE

O filme do Walter Salles, que eu já vi num desses aviões da vida (o Walter, não o filme, que eu vi no cinema), é um espetáculo. O Gaél Garcia Bernal é um puta ator, e me deixa sempre de boca aberta (Crime do Padre Amaro, E tu mamá tambien, só para citar alguns) e mais uma vez não decepcionou. Grande filme sobre uma grande figura que tomou a bandeira nas mãos e tentou mudar o mundo. Talvez a estratégia não fosse a melhor, mas os ideais sempre serão nobres.

Além disso a visão dos temas de saúde pública daqueles tempos se refletem no meu trabalho até hoje. Me fez pensar muito e me emocionou profundamente. Grande filme.

Mas só uma coisa: como que o Salles conseguiu que um Yankee como o Robert Redford produzisse um filme exaltando as qualidades morais, a honestidade e o grande coração de um aliado, se não o maior aliado, de Fidel?

 

Esta sopa ficou pronta às 1:32 AM

 

terça-feira, outubro 05, 2004

NÃO É PRÁ QUALQUER UM

Campanha da Chanel, o filme mais caro da história da propaganda, com Nicole Kidman. Rodrigo Santoro está muito bem na foto. Agora acho que ele ganhou a mídia internacional de vez.

 

Esta sopa ficou pronta às 8:59 PM

 

sexta-feira, outubro 01, 2004

HISTÓRIAS DA MARIAZINHA

Lembrei de uma história:

Naqueles tempos idos, lá distantes e amarelados, vivia-se uma vida um pouco menos corrida e o imaginário infantil parecia mais rico, ou pelo menos tinha mais tempo pra ser bordado nos tecidos da cabeça da gente, e por isso as histórias das crianças daquela época permanecem até hoje. Às vezes penso se as crianças dos dias corridos e tecnológicos de hoje terão, no futuro, histórias tão ricas para contar. Tomara que possam falar de coisas mais vívidas do que chats de internet e joguinhos eletrônicos. Tomara.

Pois bem, Mariazinha era a segunda de seis filhos. Uma família grande, de pai médico e mãe jovem, muito jovem. A Mariazinha vivia feliz, brincava muito, ajudava o pai e sempre, sempre, desde pequena gostou de acreditar. Acreditar em fantasmas, acreditar em discos voadores, imagino até que naquela época acreditava piamente em saci e bicho-papão. Ela acreditava e pronto. Ou melhor, acreditava e agia.

Pois a Mariazinha tinha irmãos e primos um pouco maiores que ela, seus ídolos, e eles sempre ajudavam a menina a acreditar, acreditar era bom e, para os mais velhos, era divertido, já que a pequena menina tomava as próprias providências depois de acreditar nas histórias deles. Pois um dia, o pai anunciou que iam todos a uma festa. Iam todos a um baile, como se fazia muito naqueles tempos, com crianças, inclusive. A festa era numa fazenda vizinha, e o irmão mais velho, Sílvio, vendo naquilo uma grande oportunidade, disse à pequena Mariazinha que aquila notícia era um problema. Dos grandes. Um problemão sim, porque teriam que dormir lá, e o Chico Napa, e sua casa, segundo Sílvio contou pra Mariazinha, tinha um grande problema.

A pobre criança, apavorada com a história que o irmão tinha lhe contado, e sabendo que não poderia evitar a ida à festa, tratou de providenciar rapidamente uma estratégia. Pegou um banquinho de três pés e carregou-o, sob os protestos da mãe e do pai, e sob as risadas disfarçadas dos irmãos, até a festa, decidida que não iria, de modo algum, sentar em nenhum dos sofás da casa, nem tocar nas cortinas, nem pisar nos tapetes. Quanto a dormir nas camas da casa de Chico Napa. Isso é que ela não faria mesmo, nem sob chuva de sapos. Sem chances.

Na festa, Maria se comportou como uma pequena atração à parte. Carregando seu banquinho de um lado para o outro, e sem tocar em nada, nem encostar em cortinas acreditando que assim sairia ilesa daquela tortura.

Mas chegou a hora em que as crianças começaram a ser recolhidas para serem colocadas para dormir num grande quarto, e Maria, apavorada, insistiu que iria dormir sentada, no seu banquinho. Mas não ia ser tão fácil quanto ela pensava. Depois de colocarem todas as crianças na cama, cataram a pequena e resistente Maria, e tentaram colocá-la, aos gritos, na cama. A cena foi muito feia. Mariazinha, uma pequena e magricela meninota de seis anos de idade, esperneando e gritano histéricamente que não iria dormir, que não queria deitar, que não queria largar o banquinho.

Quando finalmente a colocaram a Mariazinha na cama, a situação era a seguinte: a criança, chorando, deitada de costas com os dois braços e as duas pernas levantadas, tentando evitar que o lençol com o qual tentavam cobrí-la tocasse nela. Em meio a soluços de pânico, Maria revelou o segredo que lhe fora confidenciado a todos incluindo os anfitriõesm numa frase inteira que saiu entre muitas lágrimas da pobre menina estaqueada na cama lutando contra o lençol:

"Eu-não-quero-deitar-na-cama-porque-o-Sílvio-disse-que-o-Chico-Napa-tem-sarna-e-se-eu-enconstar-em-qualquer-coisa-na-casa-eu-vou-pegar-sarna-e-eu-não-quero-pegar-sarna-e-ficar-me-coçando-para-sempre-buááááá!!!"

Nem preciso dizer que sobrou pro Sílvio.


ps.:A Maria é a minha avó, que agora está doente, mas que até pouco tempo contava grandes histórias sobre a sua vida e que escreveu diários de quase uma vida toda e da vida de muitos outros, que valem ouro pra mim.

 

Esta sopa ficou pronta às 9:27 PM

 

CLASSIFICANDO AS BADERNAS

Externas:
Fazem 3 semanas que eu não arrumo meu quarto.
Fazem 3 semanas que eu não lavo roupa.
Fazem 3 semanas que eu não abro toda a correspodência.
Fazem 3 semanas que eu não limpo os papéis que cumulei na minha pasta, e isso significa quase um quilo de papel, com certeza...

Internas:
Fazem 3 semanas que eu tenho ânsias de vômito.
Fazem 3 semanas que eu vou ao hospital todos os dias e falo com as mesmas pessoas sobre os meus enjôos.
Minha cabeça está uma zona. Hoje eu perdi 60 voluntários de um estudo. Perdi as referências, não achava de onde os caras vinham, não sabia quem eram. Revisei 20 arquivos e nada dos caras aparecerem. Depois achei, claro, mas foram minutos de pânico.

Queria ter nascido no tempo das governantas... Será que elas ainda existem?


 

Esta sopa ficou pronta às 9:07 PM

 

TRILLERMÉDIA

The Forgotten é a piada do dia! Quase me mijei de tanto rir com aqueles efeitos. Tudo muito demais. Das caras da Julianne Moore ao resto todo. Só pra não estragar o filme pra quem quiser ver, vou repetir o comentário que ouvi esses dias: acho que trocaram os finais do The Forgotten com o The Village. E olha que eu adoro as estorias do Mulder e da Scully, mas o roteirista do The Forgotten chutou o balde. Looonge...

 

Esta sopa ficou pronta às 8:58 PM

 



SOPA






Eu estou no Blog List





Creative Commons License
This work is licensed under a Creative Commons License.

 

This page is powered by Blogger. Isn't yours?


Divulgue o seu blog!