Minha sopa. Olá. Quem sou eu? Sou o cara da sopa. Já nem sei mais se sou um cara normal. Sou, com certeza, um cara comum, mais um. Acho que já não posso ser considerado muito novo, não cozinho mais na primeira fervura, mas também não sou muito velho ainda. Pelo menos pensar isso é agradável. As idéias, as de hoje pelo menos, ainda estão na cabeça. As de ontem não sei onde foram parar. Apesar de ser interessante acreditar que escrevo porque me dá prazer, já penso que escrevo quando me sinto sozinho. Apenas mais uma mídia. Estou em algum lugar, que não vem ao caso e neste momento posso estar, ou não, comendo sopa. Prove e me diga o que pensas. Mas vá com calma que a sopa pode estar quente, ou fria, ou não ser do seu agrado. Seja camarada. E lembre-se, é sopa, só sopa, nada mais. Não estrague o seu dia por causa da sopa.
Aquela vinheta, com todos cantando fora de hora, uns rindo, e muitos visivelmente desconfortáveis até que é engraçada, mesmo não tendo sido feita para tal fim... Tem até o momento quiz, onde dá para tentar descobrir quem é o desconhecido que eles acabaram de focar.
Os especiais, bem, alguns são razoavelmente interessantes, e prendem a atenção. Mas daí vem outro, e mais um, e em, seguida, ora vejam só, outro especial! E o povo cansa, e começa a ficar de saco cheio.
Daí o cara chega da universidade, depois de ter corrigido trezentas provas, de ter dado explicação sobre cada milésimo de ponto descontado, e ele só quer deitar no sofá e desligar o cérebro na frente da telinha, e dá de cara como Fausto Silva num terno de veludo vermelho... A Suzana Vieira, ou melhor, os mamilos de Suzana Vieira te ameaçando de morte de dentro do vestido laranja mais feio que alguém acima do peso já ousou vestir... E prá matar o cara de nojo, entra a Sandy, se esganiçando ao som de Gabriela, causando contorções no cara, no sofá.
Quando o pobre do Caetano entrou pra abraçar Sandy, e tentar cantar junto, pude ouvi-lo dizer no ouvido dela "desiste minha filha, que já é tarde... e não me leve a mal bichinha... Agradeça, porque se eu fosse o João Gilberto, nesse momento eu estaria batendo com o banquinho na sua cabeça" eu já tinha convulsionado doze vezes, e estava sentado em cima da estante de olhos fechados, depois de ter comido duas almofadas inteiras...
Gosto muito de culinária, e aprecio bons pratos. Adoro vitela (apelidada por um amigo de "baby cow"...) que causa engulhos em muitos e tenho uma queda grave por caças. Gosto muito de coelho, de pato, e de faisão (gentilmente apelidado de 'galinhazinha' - outra hora conto essa história). Tem gente que come capivara (não é lá essas maravilhas... na minha opinião) o que deixaria Cora Ronai e metade dos moradores da Lagoa, no Rio, de cabelos em pé, provavelmente...
Alguns dos leitores já devem estar torcendo o nariz com essa conversa, conheço bem as reações, e sei que tem muita gente que se recusa a comer (ou até em pesnar em comer) qualquer uma dessa coisas. Bichinhos como preferem em geral chamar.
Bem... Apesar de não entender muito bem essa reação (porque ainda não a tinha experimentado), sempre respeitei - diferente de muitos outros apreciadores desse tipo de culinária - , e nunca convidaria um amigo que não suporta ver um coelhinho sendo o centro de um jantar para apreciar tal 'atrocidade'... Pois bem. Cada um com seus gostos. Respeito é fundamental.
Mas sábado passado, num restaurante, fomos apresentados a um menu que continha uma série de pratos elaborados em torno de um animalzinho que nunca imaginei comer: lontra. E daí pude experimentar a reação que os outros experimentam quando ouvem falar de coelhinhos assados, lasanhas de faisão e patinhos a l'orange...
'Lontra???' 'Escalopes de lontra ao molho de gengibre???' 'Lontra na pedra?'...
Não consegui me imaginar cometendo tamanho crime com um bichinho tão simpático. Completamente dispensável, pensei. E daí me vi na pele de quem não pode com todos os outros assados que fazem com outros bichinhos simpáticos que um dia andaram por aí...
Com uma pilha de provas pra corrigir, estou de volta. Casar foi muito bom. A festa estava muito legal e a lua de mel melhor ainda. Não devia ter chutado o balde nas maravilhas gastronômicas da serra gaúcha...mas, agora ja foi e resta correr, literalmente, para queimar as cartucheiras adquiridas...
O friozinho chegou ao sul e lembrei de porquê esse inverno é um inferno. Não é pelo inverno em si, mas pela arquitetura e engenharia das casinhas por aqui. Entra vento por todo canto. O granito do chão, ótimo no verão, é um gelo no inverno. Tudo parece roubar o calor de dentro de casa. Muito mal planejado... Vícios da confortável vida no freezer.
Rimos muito na serra, mas na falta de uma conexão fácil, acabei esquecendo das tantas coisas engracadas que lembrei de escrever aqui... Quando a menina da sopa chegar, vou ver se ela lembra...
Chove lá fora, Joss Stone canta aqui dentro (CB deve ter odiado essa). Uma sopinha ferve no fogao e o sono me ronda. Estou desacelerado. Coisas que doze horas de sono por noite fazem com a gente.
Limpando a garganta. De cabelo cortado. Nervoso. Insone. Sem tomar café. Ansioso, seria uma melhor descrição. Montando aulas e provas pra deixar prontas para o substituto enquanto vai em lua-de-mel. Enjoado. Com dor de barriga. Com um leve 'desarranjo' intestinal... Sincero. Sem fome. Emagrecendo um quilo a cada dois dias. Polindo as abotoaduras. Feliz. Com vontade de tomar café. Com sede. Foi buscar água. Atrasado Desligado. Ligado. Nem aí. Confuso. Atrapalhado. Ouvindo música. Concluindo que o Beto Guedes é meio desafinado. Olhando pela janela. Olhando para o relógio. Vendo que precisa ir pra universidade. Indo.
Este post será atualizado continuamente até o noivo encher o saco (ou até a inspiração voltar...)
Vai na igreja, volta pro cartorio, vai pra igreja de novo, vai no alfaiate, bota a fatiota (como dizia meu avô), tira fatiota, bota a fatiota, prende o casaco, alfinetes, alfinetes, sapato, gravata, aperta o colete, alfinetes, tira a fatiota, a cueca esta presa no alfinete da calça, e vice versa, almoça correndo, sai correndo pra reunião, pega um café correndo, toma o café, vai pra reunião, reza pra reunião acabar, senta no escritório, monta a aula, lê o documento, recebe visita do chefe, do colega, monta mais um pouco da aula, vai pra aula, o ar não liga, o computador não funciona, dá a aula toda, sem ar e sem computador, termina a aula, sai da universidade, duas horas de engarrafamento, chega em casa, entra no banho, sai às pressas do banho, veste-se, sai pra ir fazer visita não planejada, conversa, ouve, ouve, as pessoas falam, você não ouve mais, fome, fome, fome, sono, sono... sai da visita, vai pro restaurante, encontra 10 pessoas conhecidas, conversa, escolhe, pede, come, pede a conta, diz que nao quer café, nem sobremesa, nem nada, só a cama, a cama, a cama. a cama... a cama... a cama... ufa...