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tens algo a dizer? A Minha sopa. Olá. Quem sou eu? Sou o cara da sopa. Já nem sei mais se sou um cara normal. Sou, com certeza, um cara comum, mais um. Acho que já não posso ser considerado muito novo, não cozinho mais na primeira fervura, mas também não sou muito velho ainda. Pelo menos pensar isso é agradável. As idéias, as de hoje pelo menos, ainda estão na cabeça. As de ontem não sei onde foram parar. Apesar de ser interessante acreditar que escrevo porque me dá prazer, já penso que escrevo quando me sinto sozinho. Apenas mais uma mídia. Estou em algum lugar, que não vem ao caso e neste momento posso estar, ou não, comendo sopa. Prove e me diga o que pensas. Mas vá com calma que a sopa pode estar quente, ou fria, ou não ser do seu agrado. Seja camarada. E lembre-se, é sopa, só sopa, nada mais. Não estrague o seu dia por causa da sopa. B Um aviso: A resposta é não. C Outras sopas C2 Estágio probatório de sopas
D Sopas passadas 03.2004 04.2004 05.2004 06.2004 07.2004 08.2004 09.2004 10.2004 11.2004 12.2004 01.2005 02.2005 03.2005 04.2005 05.2005 06.2005 07.2005 08.2005 09.2005 10.2005 12.2005 06.2006 06.2007 10.2008 09.2011
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quinta-feira, maio 06, 2004COISAS A FAZERRecadinhos para mim mesmo (isso até parece um colunista da zero hora que coloca a propria 'agenda' no jornal, com coisas do tipo 'abraçar fulana de almeida pinto prado e souza, que faz anos', 'mandar flores para ciclaninha de albuquerque rezende, que inaugura nova loja', 'lavar o capacho de beltrana da costa leite e silva, que vai servir ostras com champagne em conquetel só para poucos e bons, sábado à noite e ainda não me convidou'...) Buenas, vamos aos recados meus: - lembrar que sem carro, num dia em que se está com um desarranjo intestinal terrível, não se vai à uma loja - mesmo que seja a ikea - que fica a duzentos quilômetros de casa, comprar um par de prateleiras de dois metros de comprimento. fazer força carregando tralhas no metrô nessas condições pode ser desatroso. isso é um recado para a vida. é favor não esquecer. - aproveitar que os dias estão mais quentes, enfim, e acordar mais cedo pra ir correr na beira do lago. fazer pelo menos uma atividade de gente fina, elegante e sincera já no início do dia deve dar uma boa impressão à alma. e enxuga uns quilos, e dá mais disposição e evita que se tenha que correr na hora do rush numa esteira de academia olhando para o treino da equipe de salto com vara... acabar o dia olhando vara é dose. - pensar que se não deu pra correr de manhã - porque não acordou, não tava a fim ou não foi mesmo porque não costumas ser muito ativo pela manhã - corre-se de tarde, depois da academia, na beira do lago. terminar o dia fazendo uma atividade de gente fina, elegante e sincera deve dar uma boa impressão ao que sobrou da alma, depois de um dia de trabalho. e evita as varas, aquelas. - lembrar que aquelas duas horas assistindo um coitado falar sobre aquele trabalho mais do que bobalhão que colocaram na minha mesa com um convite não recusável - dizia: 'favor comparecer para dar uma mão ao menino, assinado, seu chefe' - vão servir como uma luva para eu exercitar meus novos exercícios de controle de raiva específica e respiração purificadora, além de permitir que eu aprimore minha nova técnica de contenção de ímpetos assassinos agudos e minhas tendências ao esquartejamento mental de antas acerebradas. - não esquecer, nos momentos críticos, que depois de quinta vem sexta e que daí a uma semana não serei mais este homem solitário dos últimos 4 meses, celibatário por 4 meses, sexualmente carente por 4 meses, escabeladamente irritadiço por 4 meses e mentalmente perturbado por imagens impuras durante as 24 horas do dia dos últimos 4 meses. enfim! Sossega, coração! Não desesperes! Talvez um dia, para além dos dias, Encontres o que queres porque o queres. Então, livre de falsas nostalgias, Atingirás a perfeição de seres. Mas pobre sonho o que só quer não tê-lo! Pobre esperença a de existir somente! Como quem passa a mão pelo cabelo E em si mesmo se sente diferente, Como faz mal ao sonho o concebê-lo! Sossega, coração, contudo! Dorme! O sossego não quer razão nem causa. Quer só a noite plácida e enorme, A grande, universal, solente pausa Antes que tudo em tudo se transforme. Fernando Pessoa, 2-8-1933.
Esta sopa ficou pronta às 1:33 AM
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