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tens algo a dizer? A Minha sopa. Olá. Quem sou eu? Sou o cara da sopa. Já nem sei mais se sou um cara normal. Sou, com certeza, um cara comum, mais um. Acho que já não posso ser considerado muito novo, não cozinho mais na primeira fervura, mas também não sou muito velho ainda. Pelo menos pensar isso é agradável. As idéias, as de hoje pelo menos, ainda estão na cabeça. As de ontem não sei onde foram parar. Apesar de ser interessante acreditar que escrevo porque me dá prazer, já penso que escrevo quando me sinto sozinho. Apenas mais uma mídia. Estou em algum lugar, que não vem ao caso e neste momento posso estar, ou não, comendo sopa. Prove e me diga o que pensas. Mas vá com calma que a sopa pode estar quente, ou fria, ou não ser do seu agrado. Seja camarada. E lembre-se, é sopa, só sopa, nada mais. Não estrague o seu dia por causa da sopa. B Um aviso: A resposta é não. C Outras sopas C2 Estágio probatório de sopas
D Sopas passadas 03.2004 04.2004 05.2004 06.2004 07.2004 08.2004 09.2004 10.2004 11.2004 12.2004 01.2005 02.2005 03.2005 04.2005 05.2005 06.2005 07.2005 08.2005 09.2005 10.2005 12.2005 06.2006 06.2007 10.2008 09.2011
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sexta-feira, março 26, 2004MANHÃ DE CHUVAMeu cérebro acorda. Abro os olhos. A umidade da rua invade meus já comprometidos pulmões. Alguma coisa me impede de respirar bem, sinto me sufocar um pouco. Não é só a doença, tem mais alguma coisa pesando nessa manhã de sexta-feira. Demoro menos do que o esperado para cair em mim: é a saudade. Visto a camisa que ela escolheu, ha alguns meses atrás. Olhando no espelho agora, percebo que é muito bonita mesmo e que nunca mais devo resistir aos seus conselhos. Lembro de ter achado a camisa feia quando ela apareceu na porta do provador com ela na mão e disse: prova essa! Agora, já distante, vejo que por algum motivo essas coisas me confortam. Saber que alguém te conhece tão bem a ponto de saber que no futuro gostarás de algo que à primeira vista não parecia muito aprazível. Mistérios da convivência. Confortado pela camisa ganho a rua, que chuvosa me recebe alegremente. Chego atrasado. Ofegante. Sem tempo de pegar sequer um café. As pessoas me olham com admiração. Imagino que pensem algo como: "ele nunca se atrasa... que estranho?". Sento-me, atrapalhado e me dou conta que esqueci os documentos. Olho para meu umbigo, literalmente, e vejo as litras do tecido. A camisa que ela escolheu é tão bonita. Já me sinto melhor.
Esta sopa ficou pronta às 12:22 PM
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