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tens algo a dizer? A Minha sopa. Olá. Quem sou eu? Sou o cara da sopa. Já nem sei mais se sou um cara normal. Sou, com certeza, um cara comum, mais um. Acho que já não posso ser considerado muito novo, não cozinho mais na primeira fervura, mas também não sou muito velho ainda. Pelo menos pensar isso é agradável. As idéias, as de hoje pelo menos, ainda estão na cabeça. As de ontem não sei onde foram parar. Apesar de ser interessante acreditar que escrevo porque me dá prazer, já penso que escrevo quando me sinto sozinho. Apenas mais uma mídia. Estou em algum lugar, que não vem ao caso e neste momento posso estar, ou não, comendo sopa. Prove e me diga o que pensas. Mas vá com calma que a sopa pode estar quente, ou fria, ou não ser do seu agrado. Seja camarada. E lembre-se, é sopa, só sopa, nada mais. Não estrague o seu dia por causa da sopa. B Um aviso: A resposta é não. C Outras sopas C2 Estágio probatório de sopas
D Sopas passadas 03.2004 04.2004 05.2004 06.2004 07.2004 08.2004 09.2004 10.2004 11.2004 12.2004 01.2005 02.2005 03.2005 04.2005 05.2005 06.2005 07.2005 08.2005 09.2005 10.2005 12.2005 06.2006 06.2007 10.2008 09.2011
E Livestrong |
sexta-feira, abril 16, 2004BABEL
Nessa cidade em que vivo, mais de 160 idiomas são falados. Acho o idioma daqui prático e eficiente. Conciso. Uma linguagem de negócios, sem firulas, e sem praticamente nenhuma poética. Alterno minhas leituras entre o português e o inglês - falo dos livros categoria lazer - e hoje, depois de acabar de ler um livro ótimo na língua gringa, comecei a ler um livro que eu já tinha começado mas não sei porque abandonei nas primeiras páginas. Depois de reler as primeiras páginas, do pequeno capítulo entitulado Cadernos de Manuela fechei o livro de Letícia Wierzchowski extasiado e pensei que não existe nada mais belo que a língua portuguesa escrita, bem escrita. A poética das palavras que se aglomeram em harmonia e formam descrições vivas de tempos idos é inigualável. Letícia escreveu o Casa das Sete Mulheres enquanto estava grávida, e isto pode ter aumentado a sensiblidade dela. Independente disso ou de qualquer coisa é uma leitura que enche o coração. Mas agora o livro está ali fechado, a vida segue nos moldes mais práticos, sem casas de estância, sem romance no céu noturno, sem flores nos pampas tão distantes. Mas é bom saber que tudo isso continua lá, a apenas algumas horas de Porto Alegre, esperando para o dia em que voltaremos cansados da guerra que de alguma forma persiste mesmo séculos depois da heróica aventura de Bento. Voltaremos para sentar na varanda da estância e constataremos que guerra, paixão e tristeza em língua portuguesa tem outro sabor, muito mais acentuado e muito melhor. Aqui até a poesia é blasè.
Esta sopa ficou pronta às 12:17 PM
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