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tens algo a dizer? A Minha sopa. Olá. Quem sou eu? Sou o cara da sopa. Já nem sei mais se sou um cara normal. Sou, com certeza, um cara comum, mais um. Acho que já não posso ser considerado muito novo, não cozinho mais na primeira fervura, mas também não sou muito velho ainda. Pelo menos pensar isso é agradável. As idéias, as de hoje pelo menos, ainda estão na cabeça. As de ontem não sei onde foram parar. Apesar de ser interessante acreditar que escrevo porque me dá prazer, já penso que escrevo quando me sinto sozinho. Apenas mais uma mídia. Estou em algum lugar, que não vem ao caso e neste momento posso estar, ou não, comendo sopa. Prove e me diga o que pensas. Mas vá com calma que a sopa pode estar quente, ou fria, ou não ser do seu agrado. Seja camarada. E lembre-se, é sopa, só sopa, nada mais. Não estrague o seu dia por causa da sopa. B Um aviso: A resposta é não. C Outras sopas C2 Estágio probatório de sopas
D Sopas passadas 03.2004 04.2004 05.2004 06.2004 07.2004 08.2004 09.2004 10.2004 11.2004 12.2004 01.2005 02.2005 03.2005 04.2005 05.2005 06.2005 07.2005 08.2005 09.2005 10.2005 12.2005 06.2006 06.2007 10.2008 09.2011
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terça-feira, abril 06, 2004DAS IDÉIAS PERDIDASDevo ser a milionésima pessoa a fazer essa pergunta, mas vou fazer mesmo assim: Para onde, diabos, vão as idéias perdidas? Falo daquelas que a gente tem e perde, esquece, ou seja lá como você queira chamar. Idéias sumidas, que passam pela nossa cabeça e somem no meio do nada. Ou do tudo... da zona que é o dia-a-dia. Já li em algum lugar que as idéias, as grandes idéias, dessas que nem sempre a gente tem, ocorrem simultâneamente nas cabeças de várias pessoas, como se fosse um sopro da musa multiplicado randomicamente ao redor do globo. Deve ser por isso mesmo, porque as idéias se perdem na confusão com tanta frequência que vários precisam recebê-la pra que haja um mínimo de aproveitamento. As idéias são abstratas demais e esse é o erro delas... e são vaidosas. Precisariam ser um pouco mais palpáveis, mas vêm assim, etéreas, sorrateiras e fingindo-se tímidas. Querem ser conquistadas, cortejadas imediatamente, paparicadas. Ficam esgueirando-se pelos cantos, espiando pelas frestas da mente e se escondendo quando andamos em direção à elas. Piscam os olhinhos e sorriem enquanto correm pelo corredor dando gritinhos, fugindo numa brincadeira inconsequênte. E se perdem, por elas mesmas... e quando olham prá trás já estão sozinhas. Mas e daí, o que fazem? Será que pulam para a cabeça de outro e tentam se mostrar um pouco mais, deixando de lado as exigências. E se fazem isso não parecerão fuleiras e indignas? Por isso ficam perdidas, perâmbulando por aí e quem sabe não se desmaterializam por completo num fim de tarde, num engarrafamento, numa poça de água... Ou será que num último esforço para chamar atenção se agarram num jornal velho que voa em círculos num beco qualquer e se revelam. Será isso? Será essa a resposta? Será que os jornais velhos, meio rasgados que revoam nesses redemoinhos metropolitanos na verdade arrecadam essas idéias que numa última tentativa, já sem forças, tomam a forma de textos, e ficam ali, nunca lidas, se passando por notícias velhas, parecendo apenas papel sujo para um varredor de rua desinteressado, uma distração para um cachorro abandonado que as persegue pela rua, ou terminando como combustível para abastecer a fogueira que aquece a família miserável em baixo do viaduto. Idéias materializadas, numa tentativa de chamar a atenção. Enfim úteis, mas para sempre perdidas de sua essência. Vaidosas demais como tantos de nós.
Esta sopa ficou pronta às 12:18 AM
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