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tens algo a dizer? A Minha sopa. Olá. Quem sou eu? Sou o cara da sopa. Já nem sei mais se sou um cara normal. Sou, com certeza, um cara comum, mais um. Acho que já não posso ser considerado muito novo, não cozinho mais na primeira fervura, mas também não sou muito velho ainda. Pelo menos pensar isso é agradável. As idéias, as de hoje pelo menos, ainda estão na cabeça. As de ontem não sei onde foram parar. Apesar de ser interessante acreditar que escrevo porque me dá prazer, já penso que escrevo quando me sinto sozinho. Apenas mais uma mídia. Estou em algum lugar, que não vem ao caso e neste momento posso estar, ou não, comendo sopa. Prove e me diga o que pensas. Mas vá com calma que a sopa pode estar quente, ou fria, ou não ser do seu agrado. Seja camarada. E lembre-se, é sopa, só sopa, nada mais. Não estrague o seu dia por causa da sopa. B Um aviso: A resposta é não. C Outras sopas C2 Estágio probatório de sopas
D Sopas passadas 03.2004 04.2004 05.2004 06.2004 07.2004 08.2004 09.2004 10.2004 11.2004 12.2004 01.2005 02.2005 03.2005 04.2005 05.2005 06.2005 07.2005 08.2005 09.2005 10.2005 12.2005 06.2006 06.2007 10.2008 09.2011
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terça-feira, abril 20, 2004SOPA DE CUCAEstou numa cruzada de estudos que há muitos eu não via. E olha que eu gosto de estudar (afinal, tenho feito isso nos últimos... deixe-me ver... 22 anos!) Mas agora eu juro, é a última virada radical na minha carreira (tenho até medo de jurar...), porque esta está dando um trabalho do cão. Nunca li tanto na minha vida e acabo de começar a fazer esquemas pra pendurar no painel aqui na minha frente (o que me lembra vagamente desses meus últimos 22 anos...). Como sei que logo, logo pego no tranco e deslancho nessa área, estou mais ou menos tranquilo. Mas, o propósito deste escrito é falar sobre a capacidade de adptação do cérebro humano. Fico impressionado, muitas vezes, com essa adaptabilidade. Demora um pouco, mas com certo esforço podemos nos acostumar com o que até há pouco era desconhecido, aceitar novos paradigmas e incorporar teorias que fariam pouco sentido horas atrás. Certa feita (ainda nos tempos em que eu lia qualquer coisa que me colocassem nas mãos, sem muito critério) li um livro muito doido, ou melhor, de um cara muito doido (um desses gênios da epistemologia, na verdade), chamado Paul Feyerabend, aluno de Karl Popper (sentiu o drama?), que dizia o seguinte, num palavreado um pouco mais culto do que eu vou usar aqui...: métodos e teorias substanciadas nao servem de nada e apenas atravancam o progresso da ciência, o melhor instrumento para a formulação de novos conhecimentos é uma cabeça aberta, sem muros ou fronteiras, sem muito apego a qualquer regra. O cara era claramente um anarquista da ciência - no mínimo, já que não vale a pena entrar em outros contextos. As idéias desse cara fizeram a minha vida mais simples, menos cartesiana (acho que se Feyerabend e Decartes fossem contemporâneos, já teriam se esbofeteado seriamente numa esquina qualquer...) e neste momento facilitam a minha trajetória prá um lado bem menos objetivo da ciência. Resumo da ópera, pra quem acha que eu estou viajando na maionese: tudo na vida tem motivo e razão de ser, nada parece ser por acaso, e mesmo aparentes inutilidades (como a leitura de um livro doido de um cara de nome estranho com teorias anarquistas aplicadas) acabam sendo extremamente úteis na trajetória de cada um. Conselho prático: quando o trem passar na estação, não fique sentado no banco esperando, suba no trem, ele provavelmente vai te levar a algum lugar, onde você vai aprender alguma coisa que vai ser útil mais cedo ou mais tarde. Ou, nas complicadas palavras de Feyerabend: "(...)Quis libertar as pessoas da tirania dos obscurentistas filosóficos e dos conceitos abstratos de "verdade", "realidade" ou "objetividade" que estreitam a visão das pessoas e seus modos de vida. Formulando o que me pareciam ser minhas próprias atitudes e convicções acabei, infelizmente, introduzindo conceitos de semlhante rigidez como "democracia", "tradição"e "verdades relativas". Agora que tenho consciencia disso, me pergunto como isso foi acontecer. A necessidade de explicar minhas próprias idéias, sem simplicidade, sem utilizar uma história, mas através de relatos sistematicos, é verdadeiramente poderosa." E eu não sou doido, só estou no meio de um brainstorm... pardon moi.
Esta sopa ficou pronta às 2:27 PM
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