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segunda-feira, maio 16, 2005

COMENDO AREIA

Casa de Areia foi o filme do final de semana. Fernandas à parte, o filme foi feito por algum motivo obscuro... muito obscuro. Fico aqui pensando qual será a motivação de Andrucha Waddington...

Poderia ter sido feito para mostrar os lençóis maranhenses... muito bonitos... quem sabe, pra algum turista. Mas como explicar o fato de que o que ele mostra sobre a infra-estrutura do lugar não colabora muito com essa idéia... Acho que não foi por isso não.

Poderia ser pra mostrar que ladrão que é ladrão é ladrão... Não é pedreiro, nem construtor, nem engenheiro, e portanto constrói casas como um bom ladrão. Casas sem segurança. E que caem. Casas mal construídas caem. E caem mais durante acessos de raiva. Mmmm...

O filme dá a entender que o Seu Jorge (a única pessoa num raio de dois dias e meio a pé) não era digno da confiança das Fernandas. Vejam bem, o seu Jorge sabia que a casa ia cair, avisou as Fernandas, e as Fernandas não deram bola nenhuma. Então as Fernandas se ralaram. Na verdade foi um pouco pior do que uma ralada... Foi-se o 's' de Fernandas. Sobrou uma, por enquanto.

O filme presta-se também para mostrar que casas, construídas sobre areia, mesmo que bem construídas, na falta da devida manutenção, caem. Ah, e casas quando caem matam pessoas. Seu Jorge avisou.

O filme ensina, além de tudo isso, que cabras vivem de areia, e que se reproduzem, e que berram, e dão leite, e que você pode trocar umas vinte cabras por um jegue. Um jegue que não dá leite, que não vai ter com o que se reproduzir, caso você queira iniciar uma criação de jegues no meio da areia.

O filme serve também para que a gente aprenda, que em terra de muita areia, tem muita areia. E barulho de areia. E areia por todos os lados. Ah! E que os copos que você tem, numa casa com chão de areia, nunca se quebrarão. Nunca.

Dica do blog: Leve os cristais da mamãe para morar nas dunas. Ou encha a sala de jantar de areia. Eles nunca mais quebrarão e ela nunca mais ficará triste.

E apesar de não ter sal no meio daquele areial todo, tem pinga. E que se você for uma mulher que mora no meio da areia, e ficar incomodada com a situação, mas acomodada e não se mandar do lugar onde você está, vai acabar velha, com uma filha promíscua e alcoolista, que aprendeu a fazer abortos sozinha.

E na areia, aquele Seu Jorge, que não era de muita utilidade antes, depois que a casa cai, pode ser a sua salvação. Ou algo do gênero...

E no meio dessa areia toda, o Seu Jorge, quando envelhecer vai virar o Luiz Melodia.

E na areia, a sua filha, quando crescer e virar Fernanda, devolvendo o 's' que tinha se ido casa abaixo (ou embaixo da casa...) vai dar pra todo mundo (sim, porque agora já tinha carro e apareceu um monte de vagabundo pra comer ela).

E por mágica da areia, o velho que ia vender as cabras e trazer o jegue, morreu de tosse no caminho, e ressucitou uns dez anos depois. E veio visitar os copos eternos. E as Fernandas, que estão sempre lá no meio da areia.

Parece confuso? Não é não. No final você entende o que o Andrucha queria com o filme:

Provar que em casa de areia só as Fernandas mães e os copos de vidro verde são eternos.

ps.: No banheiro do cinema, depois do filme, ouvimos a seguinte pérola:

'Mas eu achei que ela tinha morrido...'

ELA QUEM MANÉ???!

 

Esta sopa ficou pronta às 11:43 AM

 



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